Rede Natura 2000: Protegendo Espécies e Habitats Ameaçados
Saiba como a Rede Natura 2000 e as Diretiva Aves e Habitats da União Europeia protege áreas essenciais para a sobrevivência de diversas espécies e ecossistemas.
As Diretiva Aves e Habitats, definem a criação de áreas com vista à proteção das espécies e dos habitats mais ameaçados.
Portugal tem definidas 167 áreas ao abrigo das diretivas Aves (62) e Habitats (108). Totaliza ma área terrestre de 18 968km2, o que equivale a apenas 20,6% da área do país. A informação relativa a toda rede Natura 2000 pode ser consultada no portal Natura 2000 viewer.
No distrito de Évora foram definidas algumas zonas de proteção especial e também zonas especiais de conservação. As zonas de proteção especial são as seguintes:
- ZPE Mourão / Moura / Barrancos (parcialmente no distrito de Évora)
- ZPE Veiros (metade da área no distrito de Évora)
- ZPE Reguengos
Num artigo anterior partilho informação sobre a ZPE de Reguengos, uma área de elevado interesse para a avifauna.
Desconhecimento e Necessidade de Informação na Rede Natura 2000
Na minha opinião, estas zonas passam despercebidas ao cidadão pois não existe informação no local que as identifique. Porque que razão não se anuncia a presença de uma ZPE. Por exemplo podiam ser coloco um sinal ao lado da estrada, como se faz com as Áreas Protegidas? Ou mesmo painéis informativos sobre as espécies que se podem observar?
Num estudo publicado na revista científica Sustainability, investigadores do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR-UP) e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), concluíram que a maior parte dos cidadãos residentes em Portugal não só desconhece a existência da Rede Natura 2000, como está pouco informada sobre que locais integram esta rede em Portugal, quais as ameaças que enfrentam e quais as espécies que os habitam.
O Quadro de Acção Prioritária (QAP) para a rede Natura 2000, reconhece este desconhecimento da população. Mas também refere a não existência de uma “estrutura de conhecimento ou de visitação especificamente direcionada para o reconhecimento da rede Natura 2000“. Refere ainda que uma das medidas prioritárias é a “instalação de sinalização de limites das Zonas Especiais de Conservação (ZEC) e das ZPE, junto aos pontos de atravessamento viário“.
Na vizinha Espanha as ZPE’s são anunciadas mesmo quando circulamos nas autoestradas. E existem painéis informativos sobre o local e as espécies de aves que se podem observar.
Porque será que em Portugal não seguimos estas boas práticas? Qual será a razão?
Conhecendo a Zona de Proteção Especial em Évora
Neste artigo iremos conhecer a ZPE Évora que foi definida em 2008, pelo Decreto Regulamentar n.º 6/2008. Esta área foi classificada por albergar uma comunidade variada de aves estepárias. A sua localização estratégica entre as áreas mais importantes para a conservação destas espécies a Sul e a Norte foi também um factor decisivo.
Área | Concelho | % do concelho |
---|---|---|
14.707,43 ha | Évora | 11,25% |
A lista de espécies de aves que estiveram na origem desta ZPE é extensa. Inclui várias aves estepárias, como a abetarda (Otis tarda), sisão (Tetrax tetrax), águia-caçadeira (Circus pygargus) e francelho (Falco naumanni). No total foram consideradas 59 espécies de aves, que procuram refúgio na zona. Muitas delas com estatuto de conservação desfavorável.
A área da ZPE Évora está totalmente integrada no concelho de Évora. Encontra-se dividida em duas áreas, uma com 13 521,09ha e outra mais pequena com 1 186,32ha. Na ficha de caracterização elaborada pelo ICNF, está reunida bastante informação sobre esta zona. Apesar de ter sido criada em 2008, ainda não possui plano de gestão.
Trata-se de uma área essencialmente agrícola, onde predomina o cultivo de cereais em regime extensivo e também algum regadio. As pastagens são aproveitadas para a pecuária de bovinos na sua maioria. Ocorrem, também, pequenos olivais e vinhas. Os montados de sobro e azinho são de densidade variável.
No Natura 2000 Viewer pode obter informação pormenorizada sobre a localização da ZPE de Évora. Também pode obter informação adicional sobre as espécies que estiveram na origem desta classificação.
Ameaças à ZPE de Évora: Impacto da Intensificação Agrícola
A ficha de caracterização desta ZPE aponta como principal factor de ameaça o desaparecimento dos sistemas agrícolas extensivos.
Aponta ainda a tendência crescente para a intensificação agrícola associada à expansão do regadio e de culturas intensivas, bem como o aumento de pastagens permanentes, associadas a um aumento do encabeçamento de gado bovino. A florestação de terrenos agrícolas também tem vindo a degradar o habitat das espécies.
Aponta ainda a mortalidade de aves associada às linhas elétricas e à instalação de vedações.
O equilíbrio anteriormente existente na utilização do solo sofreu uma alteração profunda que não se adequa ao ciclo de vida de algumas espécies de aves. Espécies como o sisão ou a águia-caçadeira viram as suas populações reprodutoras diminuir 77% e 78%, respectivamente.
O reduzido valor dos apoios financeiros aos agricultores não impediu o aumento das explorações de bovinos ou outras espécies pecuárias, aumentando as áreas de pastagens e de culturas forrageiras em 97%, na ZPE de Évora, segundo indica a Associação Zero num artigo publicado em janeiro de 2022.
Explorando a ZPE de Évora: Um Refúgio para Aves Estepárias
A lista de espécies observadas dentro dos limites da ZPE de Évora conta com mais de 150 espécies de aves. Esta lista é formada pelos registos submetidos na plataforma eBird por muitos observadores.
► Consulta a Lista de espécies já reportadas no eBird ◄
Nome comum | Nome científico | Estatuto conservação |
---|---|---|
Ganso-bravo | Anser anser | |
Ganso-de-testa-branca | Anser albifrons | |
Ganso-do-egipto | Alopochen aegyptiaca | |
Pato-casarca | Tadorna ferruginea | |
Pato-colhereiro | Spatula clypeata | |
Frisada | Mareca strepera | |
Piadeira | Mareca penelope | |
Pato-real | Anas platyrhynchos | |
Marrequinha | Anas crecca | |
Zarro | Aythya ferina | |
Negrinha | Aythya fuligula | |
Codorniz | Coturnix coturnix | |
Perdiz-comum | Alectoris rufa | |
Flamingo-comum | Phoenicopterus roseus | |
Mergulhão-pequeno | Tachybaptus ruficollis | |
Mergulhão-de-crista | Podiceps cristatus | |
Pombo-das-rochas | Columba livia (doméstico) | |
Seixa | Columba oenas | LC – Pouco Preocupante |
Pombo-torcaz | Columba palumbus | |
Rola-brava | Streptopelia turtur | |
Rola-de-colar | Streptopelia decaocto | |
Abetarda | Otis tarda | VU – Vulnerável |
Sisão | Tetrax tetrax | NT – Quase ameaçado |
Cuco-rabilongo | Clamator glandarius | LC – Pouco Preocupante |
Andorinhão-preto | Apus apus | |
Andorinhão-pálido | Apus pallidus | |
Galinha-d’água | Gallinula chloropus | |
Galeirão-comum | Fulica atra | LC – Pouco Preocupante |
Grou-comum | Grus grus | LC – Pouco Preocupante |
Alcaravão | Burhinus oedicnemus | LC – Pouco Preocupante |
Pernilongo | Himantopus himantopus | |
Alfaiate | Recurvirostra avosetta | |
Tarambola-dourada | Pluvialis apricaria | |
Borrelho-grande-de-coleira | Charadrius hiaticula | |
Borrelho-pequeno-de-coleira | Charadrius dubius | |
Abibe | Vanellus vanellus | |
Abibe-sociável | Vanellus gregarius | CR – Criticamente em perigo |
Borrelho-de-coleira-interrompida | Anarhynchus alexandrinus | LC – Pouco Preocupante |
Milherango | Limosa limosa | |
Narceja | Gallinago gallinago | |
Maçarico-das-rochas | Actitis hypoleucos | |
Maçarico-bique-bique | Tringa ochropus | |
Maçarico-de-dorso-malhado | Tringa glareola | |
Perna-vermelha | Tringa totanus | |
Perna-vermelha-bastardo | Tringa erythropus | |
Perna-verde-comum | Tringa nebularia | |
Combatente | Calidris pugnax | |
Pilrito-de-peito-preto | Calidris alpina | |
Pilrito-pequeno | Calidris minuta | |
Guincho-comum | Chroicocephalus ridibundus | |
Gaivota-de-patas-amarelas | Larus michahellis | |
Gaivota-d’asa-escura | Larus fuscus | |
Tagaz | Gelochelidon nilotica | |
Gaivina-dos-pauis | Chlidonias hybrida | |
Gaivina-preta | Chlidonias niger | |
Cegonha-preta | Ciconia nigra | |
Cegonha-branca | Ciconia ciconia | |
Corvo-marinho-comum | Phalacrocorax carbo | |
Garça-branca-pequena | Egretta garzetta | |
Garça-vaqueira | Bubulcus ibis | |
Garça-branca-grande | Ardea alba | |
Garça-real | Ardea cinerea | |
Garça-vermelha | Ardea purpurea | |
Íbis-preta | Plegadis falcinellus | |
Colhereiro | Platalea leucorodia | |
Peneireiro-cinzento | Elanus caeruleus | |
Abutre-preto | Aegypius monachus | |
Grifo-comum | Gyps fulvus | |
Águia-cobreira | Circaetus gallicus | |
Águia-imperial-ibérica | Aquila adalberti | VU – Vulnerável |
Águia-calçada | Hieraaetus pennatus | |
Águia-sapeira | Circus aeruginosus | |
Tartaranhão-cinzento | Circus cyaneus | |
Águia-caçadeira | Circus pygargus | |
Gavião | Accipiter nisus | |
Milhafre-real | Milvus milvus | |
Milhafre-preto | Milvus migrans | |
Águia-d’asa-redonda | Buteo buteo | |
Mocho-galego | Athene noctua | |
Coruja-do-mato | Strix aluco | |
Poupa | Upupa epops | |
Guarda-rios | Alcedo atthis | |
Abelharuco | Merops apiaster | |
Pica-pau-malhado | Dendrocopos major | |
Francelho | Falco naumanni | |
Peneireiro-de-dorso-malhado | Falco tinnunculus | |
Esmerilhão | Falco columbarius | |
Falcão-peregrino | Falco peregrinus | |
Picanço-real-meridional | Lanius meridionalis | |
Gaio | Garrulus glandarius | |
Charneco | Cyanopica cooki | |
Pega | Pica pica | |
Gralha-de-nuca-cinzenta | Corvus monedula | |
Gralha-preta | Corvus corone | |
Corvo | Corvus corax | |
Chapim-de-poupa | Lophophanes cristatus | |
Chapim-azul | Cyanistes caeruleus | |
Chapim-real | Parus major | |
Calhandrinha-galucha | Calandrella brachydactyla | |
Calhandra-real | Melanocorypha calandra | |
Cotovia-das-árvores | Lullula arborea | |
Laverca | Alauda arvensis | |
Cotovia-escura | Galerida theklae | |
Cotovia-de-poupa | Galerida cristata | |
Fuinha-dos-juncos | Cisticola juncidis | |
Felosa-poliglota | Hippolais polyglotta | |
Andorinha-das-barreiras | Riparia riparia | |
Andorinha-das-rochas | Ptyonoprogne rupestris | |
Andorinha-das-chaminés | Hirundo rustica | |
Andorinha-dos-beirais-ocidental | Delichon urbicum | |
Andorinha-dáurica | Cecropis daurica | |
Felosa-musical | Phylloscopus trochilus | |
Felosinha-comum | Phylloscopus collybita | |
Rouxinol-bravo | Cettia cetti | |
Toutinegra-de-barrete | Sylvia atricapilla | |
Toutinegra-dos-valados | Curruca melanocephala | |
Toutinegra-de-bigodes (inornata) | Curruca iberiae | |
Felosa-do-mato | Curruca undata | |
Trepadeira-azul | Sitta europaea | |
Trepadeira-do-sul | Certhia brachydactyla | |
Carriça | Troglodytes troglodytes | |
Estorninho-malhado | Sturnus vulgaris | |
Estorninho-preto | Sturnus unicolor | |
Tordoveia | Turdus viscivorus | |
Tordo-pinto | Turdus philomelos | |
Melro | Turdus merula | |
Tordo-zornal | Turdus pilaris | |
Pisco-de-peito-ruivo | Erithacus rubecula | |
Rouxinol | Luscinia megarhynchos | |
Papa-moscas-preto | Ficedula hypoleuca | |
Rabirruivo | Phoenicurus ochruros | |
Cartaxo | Saxicola rubicola | |
Chasco-cinzento | Oenanthe oenanthe | |
Bico-de-lacre | Estrilda astrild | |
Pardal-do-telhado | Passer domesticus | |
Pardal-espanhol | Passer hispaniolensis | |
Pardal-francês | Petronia petronia | |
Alvéola-cinzenta | Motacilla cinerea | |
Alvéola-amarela | Motacilla flava | |
Alvéola-branca | Motacilla alba | |
Petinha-dos-campos | Anthus campestris | |
Petinha-dos-prados | Anthus pratensis | |
Tentilhão | Fringilla coelebs | |
Verdilhão | Chloris chloris | |
Pintarroxo-de-bico-escuro | Linaria cannabina | |
Pintassilgo | Carduelis carduelis | |
Milheirinha-europeia | Serinus serinus | |
Lugre | Spinus spinus | |
Trigueirão | Emberiza calandra | |
Escrevedeira | Emberiza cirlus | |
Escrevedeira-dos-caniços | Emberiza schoeniclus | |
O declínio de espécies como o rolieiro, o sisão, a abetarda, o francelho ou a águia-caçadeira é bastante acentuado na ZPE Évora, ou em alguns casos mesmo total. A sua observação é cada vez mais rara.
Talvez fosse possível reverter a situação com um plano de gestão eficaz e medidas concretas de conservação. Esta zona criada em 2008 ainda não dispões de um Plano de Gestão.
Invernada de Grou-comum: Um Espetáculo Natural na ZPE de Évora
O Grou-comum (Grus grus) é uma aves de grande porte com uma área de reprodução que se estende desde a Europa do Norte e Ocidental e ao Norte da Rússia e Sibéria Central. Parte da população ocidental inverna na península ibérica. No nosso país ocupam o Alentejo interior com um dos dormitórios conhecido na ZPE de Évora
Caminhando pela Natureza: Percurso pelo Caminho de Santiago
Na ZPE de Évora, não existe nenhum percurso sinalizados ou estrutura dedicada à observação de aves, apesar de ser uma Zona Especial de Proteção. A maior parte da área é propriedade privada.
Caminho de Santiago
Apesar de este percurso não ser dedicado à observação de aves está sinalizado e poderá ser percorrido a pé, cumprindo sempre as indicações da organização. A etapa 8 do Caminho Nascente do Caminho de Santiago atravessa a planície da ZPE de Évora (descarregue o kml) entre Aguiar e a capital alentejana. Trata-se de um percurso pedestre em que pode aceder em vários pontos.
Fiz algumas perguntas ao ChatGPT e estas foram as respostas
Quais os benefícios da Rede Natura 2000?
A rede Natura 2000 são áreas de proteção da natureza na União Europeia e tem vários benefícios. É constituída por Zonas Especiais de Conservação e Zonas de Proteção Especial designadas ao abrigo da Diretiva Habitats e da Diretiva Aves, respetivamente.
A rede inclui Áreas Protegidas terrestres e Marinhas. Um dos benefícios da Natura 2000 é:
- Preservação da biodiversidade – a rede é a maior rede coordenada de áreas de alto valor de biodiversidade em qualquer lugar do mundo.
Atualmente contém mais de 26.000 sítios terrestres e marinhos, tornando-se um refúgio para espécies ameaçadas e habitats raros.
- Benefícios económicos: A Natura 2000 cobre quase um quinto da área terrestre da UE, bem como partes substanciais dos mares circundantes. Preserva inúmeras espécies valiosas e ecossistemas saudáveis, que apoiam a subsistência de mais de 5 milhões de europeus e geram um valor acrescentado bruto de quase 500 mil milhões de euros por ano.
- Oportunidades para o ecoturismo: A Natura 2000 prepara o terreno para novas oportunidades nas zonas rurais através do desenvolvimento do ecoturismo, da agricultura sustentável e da utilização dos recursos naturais de uma forma que não ponha em perigo o ambiente.
- Colaboração: A Natura 2000 melhora a colaboração entre gestores da natureza, agricultores e empresas locais.
Como visitar sítios Natura 2000
Para visitar sítios Natura 2000, pode utilizar o Natura 2000 Viewer.
É uma ferramenta online que apresenta todos os sítios Natura 2000.
Fornece informações importantes sobre espécies e habitats designados, dados sobre o tamanho da população e informações sobre o estado de conservação.
O visualizador pode ser utilizado para fins gerais ou para pesquisas mais específicas.
Também pode utilizar o visualizador de mapas Natura 2000 para ver a rede europeia de sítios protegidos Natura 2000 no visualizador de mapas. Basta digitar algumas palavras na barra de pesquisa para visualizar um sítio no mapa ou para localizar sítios que protegem uma determinada espécie ou habitat.
O que será necessário para melhorar a rede Natura 2000 na zona de Évora?
A Rede Natura 2000 é uma rede de áreas de proteção da natureza no território da União Europeia. Ela é composta por Áreas Especiais de Conservação e Áreas de Proteção Especial designadas sob as Diretivas Habitats e Aves, respetivamente.
Para melhorar a Rede Natura 2000 na zona de Évora, você pode considerar as seguintes ações:
- Promover a consciencialização: A consciencialização é fundamental para a conservação da natureza. Você pode promover a consciencialização sobre a importância da Rede Natura 2000 na zona de Évora, compartilhando informações sobre a rede com amigos, familiares e colegas de trabalho.
- Participar em atividades de conservação: Você pode participar em atividades de conservação, como limpeza de rios e ribeiras, plantação de árvores e monitorização de aves. Essas atividades ajudam a preservar a biodiversidade e a manter os habitats naturais.
- Apoiar organizações de conservação: Você pode apoiar organizações de conservação que trabalham para proteger a natureza na zona de Évora. As doações financeiras e o voluntariado são duas maneiras de apoiar essas organizações.
- Pressionar os governos: Você pode pressionar os governos locais e nacionais para que tomem medidas para proteger a natureza na zona de Évora. Isso pode incluir a criação de novas áreas protegidas, a implementação de políticas de conservação e a aplicação de leis ambientais.