Durante o período entre 2016 e 2020, tive a oportunidade de viajar em trabalho para o Egipto, onde passei entre quinze a vinte dias de cada vez. Durante essas viagens, fiquei hospedado em Ras Ghareb, uma cidade localizada nas margens do Mar Vermelho, a mais de 300km de distância do Cairo.
O propósito dessas estadias era realizar a monitorização das aves planadoras num parque eólico de grande escala. Essa região está situada no corredor de migração de aves entre a Asia e África, por onde passam mais de meio milhão de aves rapinas, a cada temporada, muitas das quais com estatuto de conservação desfavorável.
Esta zona é desértica e em termos estéticos é pouco atractiva. Por estarmos em trabalho, pouco turismo fazíamos, somente no final de cada temporada de trabalho era realizada uma excursão. Em 2017, o grupo escolheu realizar uma incursão de alguns dias ao Sinai. Esta aventura teve como objectivo visitar uma região remota que resultou na observação de várias espécies novas, como por exemplo o Falcão-cinzento (Falco concolor); Rabinegro (Oenanthe melanura); Escrevedeira-de-cabeça-preta (Emberiza melanocephala); Perdiz-chucar (Alectoris chukar); Escrevedeira-doméstica-do-levante (Emberiza striolata); Beija-flor-da-palestina (Cinnyris osea); Fuinha-dos-espinheiros (Scotocerca inquieta); Sinai rosefinch (Carpodacus synoicus); Estorninho-d’asa-ruiva (Onychognathus tristramii); Tuta-de-lunetas (Pycnonotus xanthopygos) e a Perdiz-do-deserto (Ammoperdix heyi).
Neste link podem ser consultadas as listas eBird que foram sendo produzidas ao longo da excursão que realizamos em 2017 ao Sinai – https://ebird.org/tripreport/222740